Canto
Mesmo sabendo que existem
Rimas passando fome
E versos sem casa para morar
Ainda assim eu canto
E canto como o solitário condor
Porque sei que um dia
Haverei de ver demolido o muro
Que se ergueu com a minha dor
Canto
Mesmo vendo um quadro negro no espelho
E um coração desenhado no peito
Com uma porta aberta para a saudade
Canto
Mesmo sentindo na boca
O gosto amargo que trago
Porque é neste canto
Que crio e formo
Este mundo louco, consciente
De poeta, de maluco impertinente
Que tanto canto sozinho
Como na multidão, no entanto encanto
Que no brilho ou no opaco deixo semente
Canto
E este canto alegre
Esconde este trapo
Porque é neste canto
Que eu sei que há em algum lugar
Num solitário canto
Um sabiá, um rouxinol
A murmurar também seu pranto
Canto
E este canto de guerra
Me ensina a viver em paz
Porque é neste canto
Que disfarço e encanto
E fujo do pranto
Por este ser acalanto
Mesmo sabendo que existem
Rimas passando fome
E versos sem casa para morar
Ainda assim eu canto
E canto como o solitário condor
Porque sei que um dia
Haverei de ver demolido o muro
Que se ergueu com a minha dor
Canto
Mesmo vendo um quadro negro no espelho
E um coração desenhado no peito
Com uma porta aberta para a saudade
Canto
Mesmo sentindo na boca
O gosto amargo que trago
Porque é neste canto
Que crio e formo
Este mundo louco, consciente
De poeta, de maluco impertinente
Que tanto canto sozinho
Como na multidão, no entanto encanto
Que no brilho ou no opaco deixo semente
Canto
E este canto alegre
Esconde este trapo
Porque é neste canto
Que eu sei que há em algum lugar
Num solitário canto
Um sabiá, um rouxinol
A murmurar também seu pranto
Canto
E este canto de guerra
Me ensina a viver em paz
Porque é neste canto
Que disfarço e encanto
E fujo do pranto
Por este ser acalanto